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O que você quer ser quando crescer?

9 de outubro de 2020

Já foi tempo que menino queria ser quase sempre jogador de futebol e menina bailarina. Sim, ainda existem muitos pequenos que alimentam esses sonhos. Mas a variedade de opções está cada vez mais presente na vida das nossas crianças. E isso é muito bom. A psicóloga Ilda Reis, especializada em comportamento infantil, com consultório no Rio de Janeiro, afirma que o imaginário infantil pauta o futuro, em grande parte, a partir do momento presente. “No final dos anos 80, começo dos anos 90, por exemplo, se você perguntasse a um menino o que ele queria ser quando crescer ele responderia piloto de corridas, inspirado pelas vitórias de Ayrton Senna”, explica.

Essa influência do momento atual na perspectiva das crianças se faz presente agora. Rafaela, sete anos, diz que quando crescer quer ser enfermeira. O desejo surgiu quando a menina viu, nas sacadas e janelas dos apartamentos do condomínio onde mora, em Fortaleza, moradores aplaudindo os profissionais de saúde que enfrentavam, logo no início, a pandemia do coronavirus. “Eu quero ser enfermeira para ajudar a salvar as pessoas”, justifica.

Hábitos familiares e as brincadeiras do dia a dia também influenciam diretamente o querer da criançada, segundo a psicóloga. Com os pais mais tempo em casa, compartilhando com os filhos tarefas domésticas, crianças podem ter descoberto novas “vocações”. Rubinho, seis anos, diz que quando crescer quer ser cozinheiro – ou chef. Uma ideia que, certamente, surgiu dos momentos em que esteve na cozinha “ajudando” a mamãe a preparar a comida. Já Evandro, 7, parece bem decidido: “Eu queria ser engenheiro para construir prédios, eu gosto muito de brinquedos de montar. Minha professora diz que sou bom em matemática”.

Alguns, contudo, tem visões mais lúdicas do futuro: Roberto, quatro anos, sonha em ser lixeiro. Mas qual será a razão? “É muito legal ficar andando pela cidade pendurado na parte de fora caminhão”. Uma verdadeira aventura, de fato. Já Mariana, de cinco anos, projeta tornar-se uma youtuber. E não é para menos: nesses tempos de quarentena, presa em casa, mais do que nunca, fez do tablet sua distração. “eu quero ter um canal para falar de maquiagem e penteados”, diz a menina sem disfarçar a vaidade.

O contato com o que vê na telinha também inspirou Bernardo, de três anos: “Eu vou ser o Homem-Aranha e vou poder pular nos prédios e no sofá sem me machucar”, diz o menino. Não se machucar, neste caso, é um detalhe fundamental: ele acabou de quebrar a perna pulando sobre os móveis da casa como se tivesse os poderes de seu herói favorito.

Como falamos no início desse texto, o esporte – e as artes – continuam presentes no imaginário infantil. Henrique, seis anos, quer ser jogador de futebol “para jogar no Palmeiras”. Thamires, também de seis, sonha em ser bailarina, mas admite também virar dentista. “As duas coisas são muito bonitas”, afirma. E quem sabe conciliáveis. Ah, e tem o Joel, outro menino de seis anos, ainda mais ousado nos seus planos: “Quero ser o nadador mais rápido do mundo! E aí eu vou treinar muito em todas as piscinas pra ganhar as competições”.  Que, de um jeito ou de outro, com os sonhos de agora ou do futuro, o importante é que todos encontrem o seu caminho.

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