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Aprenda a falar “não”!

2 de março de 2018

Você sabe falar não para seu filho? Se sente culpado e deprimido quando não atende a um pedido dele? Pois bem! João Guilherme, cinco anos, nunca foi de pedir nada, é daqueles que dá tranquilamente para levar às compras e ao shopping, sem gastos extras. Quando tinha uns dois anos, estávamos em um supermercado, logo após uma data comemorativa na qual havia sido presenteado, e ele me pediu um boneco do Hulk de 10cm e R$ 39,90, e eu disse “NÃO”. Expliquei a razão, mas ele chorou com a negativa. E não foram poucas lágrimas! Confesso que dilacerei meu coração, não era algo caro, mas eu precisava ensiná-lo a lidar com a frustração e que existe o tempo correto para presentear… Estamos falando de tempo, não de data…

A vida não nos dá tudo que queremos. O “não” tem papel indispensável no desenvolvimento da criança, para que se torne um adulto mais seguro diante das perdas… Nem sempre ganhamos no futebol, no videogame, na competição escolar, em sorteios, na vaga no mercado de trabalho. Ainda temos de lidar com a desigualdade social, em não sermos correspondidos no amor, a não termos o ponto de vista aceito…Enfim, a compreender o fato de nem sempre estarmos na zona de conforto. Ajudar nossos filhos a lidar com o “não” e fazê-los entender a razão os tornará mais resilientes. Desta forma, compreenderão a frustração e o caminho para vencê-la. Ao mesmo tempo, aprenderão a esperar e a entender que nem sempre terão tudo na hora em que querem.

Desde muito cedo, o ser humano necessita ser lapidado e os responsáveis por sua formação não podem negligenciar a obrigação de assumir o papel e colaborar neste processo. Nesta edificação, os pequenos estão à espera do “não”, do “sim”, do “pode”, “não pode”, do direcionamento… Dialogar e orientar são verbos de batalha.

A cada dia mais, pais abarrotam seus filhos com brinquedos, passeios, atividades e outros presentes…Querem suprir a ausência física com a oferta de bens materiais. Da mesma forma, quando estão próximos dos filhos não desejam cobrar, chamar a atenção, corrigir, se indispor…Acreditam desperdiçar o tempo juntos… Puro engano!

Presentear também é razão para educar. Sem exageros e com motivos! Aniversário, Natal, Páscoa e um mimo quando possível…Mais que saber lidar com o não, é indispensável que as crianças estabeleçam uma relação afetiva e saudável com o que recebem, seja dos pais, dos amigos ou parentes…Assim, aprenderão a valorizar cada bem adquirido como único e especial.

Brinquedos não compram atenção, carinho, amor, educação, respeito ou ocupam a ausência dos pais. Da mesma forma, de nada adianta uma série deles se não há companhia familiar para desfrutá-los. Não tenha receio em falar não, mesmo que hoje seu tempo seja limitado para com seus filhos. Ensine-os a cuidar de seus pertences, a brincar sem destruir, a compartilhar seus brinquedos, a merecer o presente e a doar! Desta forma, teremos cidadãos mais conscientes de valores, solidários e menos egoístas! E, acima de tudo, felizes!

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